segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bell's Oarsman Ale



Ja veterana aqui do blog, a excelente Bell's Brewing Company - do estado de Michigan, e' famosa por duas das melhores IPAs americanas e, por que nao, do mundo: a Two Hearted Ale (http://cervejasamericanas.blogspot.com/2010/03/bells-two-hearted-ale.html) e a Hopslam (http://cervejasamericanas.blogspot.com/2011/03/batalha-de-gigantes-bells-hopslam-vs.html).

Dessa vez vou escrever sobre uma de suas cervejas menos tradicionais, disponivel o ano inteiro, e que pode ser encontrada facilmente no meio oeste e regiao do atlantico norte dos EUA. E' a Oarsman Ale (cerveja do remador), uma "Pseudo" Berliner Weisse.


Pra quem nao sabe, este e' um estilo pouco alcoolico (cerca de 3%) feito com malte de trigo e originario da capital Alema. Tem a caracteristica marcante de ser azeda e refrescante (e' tomada com xarope doce de frutas). Sao poucas as cervejarias americanas que tentam a sorte e produzem uma quantidade representativa nesse "arriscado" estilo: alem da propria Bell's, temos a Dogfish Head com a Festina Peche (http://cervejasamericanas.blogspot.com/2010/03/dogfish-head-festina-peche.html), a New Glarus com a sua linha Unplugged e a The Bruery, com a Hottenroth.

Essa cerveja e' feita atraves de uma tecnica chamada de Sour Mash (Brassagem azeda), em que utiliza-se um pouco de mosto antigo contaminado com Lactobacillus para "ajudar" a fermentar o mosto novo. Pelo que eu li por ai, essa tecnica e' dificil de ser realizada por ser necessario que se retire o Oxigenio do mosto antes dele ir pro fermentador - caso contrario os microorganismos aerobicos acabam por dominar o Lactobacillus. 
No caso especifico da Oarsman, essa brassagem azeda e' feita com apenas uma parte da cerveja, e essa parte "contaminada" e' entao pasteurizada e readicionada a cerveja, para evitar que a fermentacao selvagem continue na garrafa.

A ideia por tras da realizacao da Oarsman foi a de se criar uma session ale (facil de tomar e com baixo teor alcoolico) refrescante que troque a intensidade de sabor pela finesse e delicadeza.  Como eu ja disse la em cima, ela leva uma boa parte de malte de trigo em sua composicao, um toque herbal de lupulos e e' fermentada com uma cepa de alta fermentacao/ale. 



Coloracao amarelo clara e levemente turva. Colarinho branco de um dedo que persiste relativamente bem. Parece bastante uma Pilsen nao filtrada. Aquela cor que,  em um dia quente, da sede so' de olhar.

Aroma pouco intenso e sem graca, com graos de trigo misturados com um estranho tom metalico e oxidado. O azedo e' pouco perceptivel, apenas algumas fracas notas citricas de limao.

Sabor igualmente sem graca, comecando com malte de trigo e pao que nao chega nem a ser doce. O que domina e' aquele gosto de cereal/grao nao maltados que eu particularmente abomino e que lembra ate' o milho das cervejas da Ambev. No meio do gole, transiciona para um azedo lactico muito fraco que mal consegue dominar o malte, apenas novamente um leve toque de limao. O final e' metalico e seco.

Corpo bem baixo e aguado, com carbonatacao alta. 

No geral uma cerveja bem ruim, que sem duvida melhoraria se estivesse mais gelada (devo te-la tomado a uns 8 graus C). Acho bem valida a ideia de se fazer estilos diferentes e tecnicas pouco utilizadas mas dessa vez o tiro saiu pela culatra. A composicao de maltes e' mal escolhida (poderia ser mais doce) e a parte azeda nao adicionou em nada para o conjunto. Faltou um pouco de corpo tambem. Diferentemente do Brettanomyces, acho que o azedo do Lactobacillus sp. nao funciona em baixas quantidades. Ou faz ela bem azeda ou nao faz. Me pergunto se nao peguei uma garrafa ruim naquele dia pois a achei meio oxidada e metalica.

Teor Alcoolico: 4.0%
Preco: US$ 4.00 no bar (pelo menos e' barata).




Notas:

Aparencia: 7/10
Aroma: 3/10
Sabor: 4/10
Sensacao: 4/10
Conjunto: 4/10

Total: 4.4

 




Um comentário:

  1. esse blog é um documento. parabens! melhor fonte sobre o assunto disponivel no brasil!!!
    abraço

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