sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Troegs Mad Elf Ale

Cerveja sazonal da Troegs  (outono/inverno) e comemorativa de natal, a Mad Elf e' uma Belgian Dark Strong Ale feita com maltes Pilsen, Munich e Chocolate, lupulos Saaz e Hallertau, fermento belga, mel e cerejas vermelhas.


Rotulo tipicamente americano com um desenho do elfo maluco. Quando sera' que as cervejas brasileiras vao comecar a ter rotulos inusitados como este?

Aparencia - Marrom avermelhada (adoro cervejas com essa coloracao), translucida a turva, com 1 dedo de espuma bege clara que desce apos pouco tempo permanecendo apenas um filme na superficie, com mediana retencao nos lados do copo. Faltou um pouco de espuma e efervescencia.

Aroma - Comeca bem frutado, principalmente com cerejas e outras frutas vermelhas. Alem das frutas o malte chocolate e' bem perceptivel mais pro final. Muitas notas de fermento belga completam esse fabuloso aroma.

Sabor - Inicio doce com malte caramelo, mel e chocolate, seguido por uma sabor frutado e meio azedo das cerejas (muito bom diga-se de passagem). Finaliza com um apimentado e frutado do fermento belga, lembrando bastante a Rochefort 8 e Chimay blue. Aftertaste adocicado e persistente.

Sensacao/mouthfeel - Corpo mediano e mouthfeel perigosamente prazeroso, ja que o alcool fica bem escondido embaixo de todos esses sabores. Como toda Belgian Dark Strong Ale no entanto e' uma cerveja para se beber devagar tamanha a complexidade, prejudicando um pouco o drinkability. A carbonatacao e' media/alta como pede o estilo.

Conjunto - Mais uma otima cerveja da Troegs. Excelente combinacao do chocolate com as cerejas azedas. O fermento esta bem legal e bem inserido. E ela so' melhora conforme a temperatura aumenta. Ja garanti o meu six-pack para as festas de fim de ano!

Teor Alcoolico: 11%
Preco: US$ 13.99 o six-pack.


Notas:


Aparencia: 7/10
Aroma: 8/10
Sabor: 9/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 9/10


Total: 8.2

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

The Stone Total Tap Takeover Tour 2010



Como voces ja devem saber, a Stone Brewing Company de San Diego, California e' uma das principais  e mais famosas micros norte-americanas. A cervejaria e seu dono e idealizador Greg Koch ganharam um status cult por todo o meio cervejeiro dos EUA, tanto pela qualidade de suas cervejas como pela lideranca do movimento de exaltacao das cervejas artesanais no pais.
A ultima do Greg e companhia foi essa turne passando por 7 cidades diferentes em sete dias. Em cada cidade, a Stone "tapeava" 40 barris diferentes de todas as suas cervejas, sendo algumas delas extremamente raras e impossiveis de conseguir em qualquer outro lugar a nao ser na propria adega do Sr. Koch.
Como a "turne" passou aqui por Washington no otimo bar Churchkey, nao pude deixar de comparecer e provar algumas das raridades. Junto com aquela degustacao da Three Floyds essa foi a maior concentracao de cervejas espetaculares que eu ja vi.
O Rodrigo Campos, do blog http://paraquevocerveja.blogspot.com/, tambem foi no mesmo evento um dia antes em NY. Deem uma olhada no blog dele e comparem nossas avaliacoes!




Quem fizesse a inscricao antecipada poderia ganhar esse DVD da Stone ai em cima, autografado pelo Greg, alem de uma camiseta da "turne" por apenas 15 dolares.

Greg Koch ( e sua tradicional "Greg Face") e Paulo Zanello

Preparem-se para a lista de cervejas disponiveis:

Stone Ruination IPA
Stone Double Dry-Hopped Ruination IPA
Arrogant Bastard Ale
Oaked Arrogant Bastard Ale
Stone Levitation Ale
Stone Smoked Porter
Stone Smoked Porter with vanilla
Stone Smoked Porter with chipotle
Stone IPA
Stone Double Dry-Hopped IPA
Stone Sublimely Self Righteous Ale
Stone Pale Ale
Stone Cali-Belgique IPA
Ballast Point/Kelsey McNair/Stone San Diego County Session Ale

21st Amendment/Firestone Walker/Stone El Camino (Un)Real Black Ale
Dogfish Head/Victory Brewing/Stone Saison du BUFF (this keg will be of the batch brewed at Stone)
2003 Double Bastard Ale
2005 Double Bastard Ale
2006 Double Bastard Ale (aged in brandy barrels)
2009 Double Bastard Ale
Stone 05.05.05 Vertical Epic Ale
Stone 07.07.07 Vertical Epic Ale
Stone 07.07.07 Vertical Epic Ale (aged in red wine barrels)
Stone 08.08.08 Vertical Epic Ale
Stone 09.09.09 Vertical Epic Ale
Stone 9th Anniversary Ale
Stone 12th Anniversary Ale Bitter Chocolate Oatmeal Stout (aged in bourbon barrels)
Stone 13th Anniversary Ale
Stone 14th Anniversary Emperial IPA
Stone Double Dry-Hopped 14th Anniversary Emperial IPA
2004 Stone Old Guardian Barley Wine
2005 Stone Old Guardian Barley Wine (aged in bourbon barrels)
2008 Stone Old Guardian Barley Wine (aged in wine barrels)
2009 Stone Old Guardian Barley Wine
2010 Stone Old Guardian Belgo Barley Wine
2004 Stone Imperial Russian Stout
2008 Stone Imperial Russian Stout (aged in bourbon barrels)
2010 Stone Imperial Russian Belgo Stout
Stone Imperial Russian Stout 10th Anniversary Special Blend
Stone Imperial Russian Stout 10th Anniversary GK Mad Man Mix



O Legal do Churchkey e' que ao inves de pedir um copo inteiro das cervejas (o que custa de 5 a 8 dolares em media) voce tem sempre a opcao de pedir um copo degustacao de 4 oz, o que facilita em muito o consumo de diferentes estilos. 
No final da noite consegui tomar 9 das cervejas acima.  Levem em conta que eu resolvi tomar as cervejas mais raras que eu sabia que nao iria conseguir encontrar de novo.  Acabei optando por aquela passiveis de recriacao e deixei de lado os blends (tipo os dois ultimos da lista) que nunca serao recriados pois foram feitos meio que na tentativa e erro.


Quais delas voce escolheria? As minhas (mais ou menos na ordem de consumo) foram:


Saison du Buff


Ja fiz um post sobre essa cerveja, que teve sua receita feita por 3 cervejarias distintas em periodos diferentes. As unicas diferencas foram a agua e os equipamentos usados, o que resulta em cervejas com discretas variacoes.
Resolvi colocar minha avaliacao dessa versao da Stone la no antigo post da Saison du Buff. Aqui esta o link: http://cervejasamericanas.blogspot.com/2010/09/saison-du-buff.html.


Stone IPA Double Dry-Hopped


Versao extra-lupulada da magnifica IPA da Stone. Ela so' pode ser encontrada em barris.
Infelizmente perdi a foto dessa cerveja.
Coloracao dourada escura, cristalina com maravilhoso colarinho cremoso de otima persistencia. Linda!
Aroma explosivo de lupulos citricos, principalmente grapefruit e tangerina, notavelmente frescos, com um pouco de malte tambem.
Sabor totalmente lupulado e citrico. Grapefruit, limao, tangerina e outras frutas tropicais. O amargor fica na medida (considerando as cervejas americanas) pra ser contrabalanceado pelo malte. Mesmo assim o aftertaste e' amargo e persistente.
Mouthfeel muito resinoso e agradavel. O corpo e' moderado e a carbonatacao e' um relativamente baixa para o estilo, mas isso contribui um pouco pra acentuar as nuancias dos lupulos. Alcool e' um pouco perceptivel.
Otima IPA, fica facil entre as melhores que eu ja tomei, que nao foram poucas. Provavelmente minha terceira cerveja favorita da noite.
Teor Alcoolico: 6.9%


Notas: 


Aparencia: 9.5/10
Aroma: 9/10
Sabor: 9/10
Sensacao: 9/10
Conjunto: 9/10


Total: 9.1


Stone Ruination Double Dry Hopped


No comeco do ano tomei uma garrafona de Ruination e postei sobre ela no blog (http://cervejasamericanas.blogspot.com/2010/03/stone-ruination-ipa.html). Ela e' a double IPA de linha. Essa versao tambem foi dry-hoppada duas vezes e so' pode ser encontrada on tap.
Foi interessante toma-la lado a lado com a IPA DDH acima e poder compara-las.



Coloracao dourada/marrom clara (cobre), cristalina (da ate' pra ler o menu atraves do copo na foto acima!) com espuma branca que durou pouco, assim como sua retencao.
Aroma de lupulos citricos, principalmente grapefruit e abacaxi, bem menos intenso e "vivo" que a IPA. Noto um pouco de grama recem-cortada no aroma tambem.
No sabor e' nitida a presenca de muito mais malte doce/caramelo nessa cerveja do que na IPA. Alem do malte os lupulos sao bem inseridos, alias com perfil bem semelhante ao da IPA porem essa aqui tem o corpo nitidamente mais pesado e o drinkability um pouco mais baixo. Interessantissimo fazer a comparacao desse aspecto. A carbonatacao e' um pouco maior mas ainda deixa a desejar.
No geral tambem uma boa DIPA mas ficou abaixo da DDH IPA.
Teor Alcoolico: 7.7%




Notas: 

Aparencia: 7/10
Aroma: 7.5/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 7/10
Conjunto: 7.5/10

Total: 7.4




2005 Stone Old Guardian Barley Wine (aged in bourbon barrels)



A Old Guardian e' a Barley Wine da Stone. Essa rara versao de 2005 foi envelhecida em Barris de Bourbon.
Coloracao marrom alaranjada, levemente turva com espuma bege de boa persistencia e retencao no copo.
Aroma de malte, acucar caramelizado, melaco, toffee, lupulos citricos e algumas notas de madeira.
Sabor doce de malte e melaco seguido de baunilha, whiskey e madeira. Os lupulos herbais aparecem mais pro final assim como novas notas adocicadas de malte. Aftertaste amargo mediano.
O corpo e' robusto com carbonatacao mediana. O alcool e' bem aparente na garganta. Drinkability medio a baixo, essa e' uma cerveja para se bebericar lentamente. Boa associacao do lupulo com o malte e leves notas de madeira.
Teor Alcoolico: 11.2%


Notas: 

Aparencia: 9/10
Aroma: 8/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 7.5/10
Conjunto: 8/10

Total: 8.1




2006 Double Bastard Ale (aged in brandy barrels)



A Double Bastard e' uma American Strong Ale e e' a versao fortificada da Arrogant Bastard. Essa outra raridade e' da leva de 2006 e foi envelhecida em barris de Brandy (que nada mais e' do que vinho destilado).
Coloracao Marrom bem escura, cristalina, com alguns tons avermelhados. Praticamente sem espuma nenhuma, apenas uma fina camada de bolhas ao redor do copo. Parece muito com Vinho do Porto.
Aroma muito agradavel e forte: Melaco, caramelo, madeira e frutas (principalmente cerejas). 
Sabor absurdamente doce. Muito malte e melaco nessa cerveja. Notas de carvalho, baunilha e cerejas/uvas complementam a docura. O final e' discretamente amargo com muita presenca de alcool (apesar de nao ser a mais alcoolica da noite e' a que mais o aparenta).
Uma das cervejas mais pesadas que eu ja tomei. Demorei muito pra toma-la mas foi uma experiencia singular. Lembrou muito Vinho do Porto tanto pelas notas frutadas quanto pelo alcool excessivo na garganta.
Teor Alcoolico: 10.0%

Notas: 

Aparencia: 7.5/10
Aroma: 9.5/10
Sabor: 9/10
Sensacao: 8.5/10
Conjunto: 9/10

Total: 8.7





Stone Smoked Porter with Chipotle



Essa cerveja recentemente ganhou a medalha de prata no GABF na categoria 5: herb and spice or chocolate beer. E' uma porter com malte defumado e pimentas chipotle.
Coloracao tipica de uma american porter: negra com tons avermelhados nas laterais quando vista contra a luz. O colarinho e' marrom claro e de otima persistencia e retencao.  Provavelmente a cerveja de melhor aparencia de todas.
O aroma e' de malte escuro torrado com uma pitada de chocolate e de defumado no final. Conforme ela foi esquentando comecei a perceber notas mais complexas de frutas escuras e uvas. Nao da pra sentir nada de pimenta no aroma.
Sabor forte de malte escuro com malte defumado perceptivel. No final, notas de baunilha e um interessante gosto azedo que me lembrou vinho branco. Seria a lupulagem, o fermento ou algum outro fator? No aftertaste sente-se um leve amargor terroso e, agora sim, as pimentas pinicando a garganta.
Corpo mediano e carbonatacao alta, inclusive poderia ser um pouco mais baixa. 
Cerveja interessante e equilibrada. Boa variacao para a smoked porter.
Teor Alcoolico: 5.9%




Notas: 

Aparencia: 9.5/10
Aroma: 8/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 8/10

Total: 8.3




2008 Stone Imperial Russian Stout (aged in bourbon barrels)




Leva de 2008 da Imperial Stout da Stone envelhecida em barris de bourbon.
Coloracao negra e opaca. Densa. Pouca espuma marrom clara que sumiu rapidamente ficando apenas ao redor do copo.
O aroma e' impressionante e totalmente dominado pela madeira: um pouco de malte escuro e uma quantidade homerica de notas de baunilha, carvalho, cafe' e whiskey. Delicioso.
Sabor tambem explosivo e marcante de malte escuro, madeira, baunilha e frutas escuras. O aftertaste e' cremoso e toda essa complexidade persiste na boca por uma eternidade.
Corpo pesado (cerveja de se bebericar) e carbonatacao media a baixa. Apesar do corpo, o alcool e' muito bem inserido e ela e' redondinha e atenuada, nao ataca em nada a boca e a garganta, deixando seu drinkability o mais alto possivel dentro deste estilo.
Essa foi a melhor de todas as cervejas da noite, ganhando por pouco da Stone 12th anniversary ale (vide abaixo). Ela nao deve em nada para a Oak Aged Dark Lord da Three Floyds (alias as duas sao bem parecidas, tendo a Dark Lord um pouco mais complexidade e notas de cafe').
Teor Alcoolico: 11.5%




Notas: 

Aparencia: 9/10
Aroma: 9.5/10
Sabor: 10/10
Sensacao: 10/10
Conjunto: 9.5/10

Total: 9.6




2004 Stone Imperial Russian Stout




Uma das mais bem avaliadas cervejas desse estilo, eu estava querendo provar a Stone Imperial Russian Stout ja faz algum tempo. Dentre as minhas varias opcoes, acabei escolhendo a versao mais antiga disponivel. Essa e' de 2004. 
Coloracao totalmente negra e opaca com colarinho marrom claro e boa retencao no copo (a melhor entre as Stouts que eu tomei nesse dia).
Aroma de media intensidade (nao chega nem perto da explosao e complexidade da versao envelhecida na madeira) baseado principalmente em malte torrado, pao/biscoito e um pouco de chocolate. 
Sabor segue o aroma com um gosto meio, digamos, velho mesmo hehe. Malte escuro e chocolate com final terroso e discretamente amargo (lupulo). O aftertaste e' queimado e amargo.
Corpo mediano a alto (nem tanto quanto as do Bourbon) com carbonatacao media a baixa, na medida. O alcool e' presente e perceptivel na garganta.
Interessante como os sabores e o mouthfeel sao bem atenuados, o que eu atribuo ao grande tempo de guarda. Preciso tentar achar uma garrafa da versao de 2010 para comparar com as minhas anotacoes dessa aqui. Veremos.
Teor Alcoolico: 10.50%




Notas: 

Aparencia: 9.5/10
Aroma: 8.5/10
Sabor: 8.5/10
Sensacao: 9/10
Conjunto: 8.5/10

Total: 8.8





Stone 12th Anniversary Ale Bitter Chocolate Oatmeal Stout (aged in bourbon barrels).




Como o nome acima diz essa e' a cerveja comemorativa dos 12 anos da Stone (eles tem uma cerveja de aniversario por ano, esse ano e' o decimo-quarto) o que ja a torna rara por si so'. Porem essa e' ainda a versao envelhecida em barris de bourbon. Essa cerveja e' extremamente parecida com a 2008 Imperial Russian Stout (vide acima) que tambem foi envelhecida nos mesmos barris. Tomei as duas lado a lado e so' assim consegui notar as diferencas.
Aparencia identica: Totalmente escura e opaca com pouco colarinho marrom.
O aroma e' uma explosao de malte escuro, baunilha, carvalho, whiskey e cafe'. Bastante alcoolica tambem. Apesar de bem parecidas, essa aqui tinha o aroma ainda mais intenso e foi o melhor aroma da noite.
Sabor intenso de malte torrado, chocolate, baunilha, whiskey (Jameson) e madeira. O alcool e' intenso e perceptivel. Nao consegui detectar nada de aveia, provavelmente os sabores explosivos do bourbon apagaram qualquer traco desse adjunto.
Corpo pesadissimo, carbonatacao media a baixa.  Na boca ela e' um pouquinho mais agressiva que a Imperial Stout e o alcool e' mais aparente tambem.
De qualquer forma as diferencas sao pequenas e so' detectaveis lado a lado. Foi a segunda melhor da noite.
Teor Alcoolico: 9.6%




Notas: 

Aparencia: 9/10
Aroma: 10/10
Sabor: 10/10
Sensacao: 9/10
Conjunto: 9/10

Total: 9.4




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dogfish Head Bitches Brew

Este post vai em homenagem aos meus grandes amigos Marcello "Treko" Castiglia (grande amante de Jazz e fa do Miles Davis) e Alexandre Potascheff, produtor do Trip FM, idealizador do excelente podcast Shuffle Trip (http://revistatrip.uol.com.br/blogs/shuffletrip) e grande divulgador deste meu blog.


No final de semana que vem (dia 21 de novembro) vai ao ar no Discovery Channel o primeiro episodio da nova serie cervejeira "Brew Masters", estrelada pelo dono da Dogfish Head, Sam Calagione. Esse primeiro episodio sera' justamente sobre a historia por tras da fabricacao da Bitches Brew, uma cerveja feita especialmente para comemorar os 40 anos do lancamento do album homonimo pelo genio do Jazz Miles Davis.


Miles Davis produziu muita musica em sua carreira e esse album de 1970 e' considerado por muitos como o mais revolucionario da historia do Jazz, principalmente por promover a fusao do Jazz e do Rock com a experimentacao de instrumentos eletricos, algo que nao tinha sido feito ate' entao nesse genero musical.
Reza a lenda que o Sam escutou esse album quando estava escrevendo o projeto de sua nova cervejaria, logo apos ter saido da faculdade em Nova Iorque. Ele diz que decidiu que deveria fazer cervejas revolucionarias, inovadoras e criativas, e que sua nova cervejaria deveria estar para a industria cervejeira assim como esse album estava para o Jazz.
Hoje, 17 anos depois, a Dogfish Head e' justamente a materializacao deste ideal e produz a maior quantidade de cervejas inovadoras (muitas vezes bizarras ate') e com teor alcoolico maior que 10% do que qualquer outra cervejaria do mundo.
Por essas e outras, quando procurados pela Legacy Recordings para este projeto, acabaram aceitando sem pensar. Aqui vai o link do projeto onde voce pode ouvir as musicas desse album e ver um video do Sam Calagione contando toda a ideia por tras da cerveja e mostrando os seus ingredientes, vale a pena "perder" 5 minutos! http://www.milesdavis.com/us/brew


Na gravacao do album, Miles Davis pediu para sua banda fazer uma Jam Session com instrumentos eletricos. Porem ele frisou para que eles fizessem isso de uma maneira meio desordenada, sem aquele swing basico do Jazz que vinha sendo produzido na epoca. Depois, juntamente com seu produtor Teo Macero, ele recombinou essa musica no estudio.
Imaginada como a perfeita cerveja para harmonizar com a comida favorita do Miles (Uma receita apimentada de Chilly) a cerveja e' uma combinacao de 3 partes de Imperial Stout feita com acucar mascavo africano e 1 parte de Tej (http://en.wikipedia.org/wiki/Tej) que e' um Mead (Hidromel - bebida fermentada de mel) originario da Etiopia. Nessa bebida, que tradicionalmente era feita em casa,  ocorre a adicao de uma raiz chamada Gesho, com o intuito de dar o amargor para contrabalancear a docura do mel, mais ou menos como os lupulos sao usados na fabricacao de cerveja.

Tej Etiope

Assim como a combinacao de tres partes de uma bebida tradiconal (Imperial Stout) com uma parte "exotica" (o Tej) o album combinou musica tradicional (Jazz) com um estilo indefinido desenvolvido naquela jam com os instrumentos eletricos.

Segundo a Dogfish essa cerveja deve ser bebida nao muito gelada, de preferencia em uma taca de vinho tinto com o album Bitches Brew tocando ao fundo. Foi exatamente o que eu fiz.


Coloracao negra e densa no centro com minima quantidade de luz passando nas suas extremidades. Ao roda-la na taca, percebe-se sua viscosidade quando o liquido escorre pelo vidro. O colarinho de um dedo e' marrom-claro e se reduz a uma fina camada apos cerca de 2 minutos, com boa persistencia nos lados do copo durante o consumo.

O aroma e' mais puxado para o lado do malte escuro, mas nem tanto como outras Stouts. Percebo o malte, chocolate amargo, frutas escuras, notas herbais e um pouco de alcool evaporando. Ele se intensifica um pouco conforme a temperatura vai aumentando, mas ainda acho que poderia ser mais intenso.

Ao bebe-la logo de cara percebo as notas de malte escuro/torrado (bem queimado), seguida por chocolate meio amargo, mel e uma presenca notavel de uma mistura amarga/defumada mais pro final. No aftertaste notas herbais, terrosas e amargas que devem estar vindo da raiz de gesho. Alcool pouco perceptivel.

O corpo e' medio e definitivamente mais light que a maioria das Imperial Stouts. Carbonatacao media a alta com finas bolhas que pinicam o ceu da boca a cada gole. Cremosa e grudenta na boca. Drinkability alto para o estilo.

Cerveja interessante e facil de tomar. Nada absurdamente diferente mas vale a pena provar, tanto pela cerveja em si quanto pela incrivel historia por tras da sua criacao.

Teor Alcoolico: 9.0%
IBUs: 38
Preco: US$ 9.99 a garrafa de 750 ml.


Notas:


Aparencia: 9/10
Aroma: 7.5/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 8/10


Total: 8.1

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sierra Nevada 30 anos!



No dia 15 de novembro de 1980, ha exatos 30 anos, a primeira leva de Pale Ale era brassada na Sierra Nevada Brewing Company, em Chico, California.
Essa e' a cervejaria que literalmente mudou os Estados Unidos e consequentemente o mundo da cerveja artesenal, sendo sem duvida nenhuma, a maior e mais influente micro-cervejaria que ja existiu. Digo com seguranca que a maioria das pessoas que hoje fazem parte da industria micro-cervejeira americana fizeram a transicao da "cerveja amarela aguada" para cerveja de verdade atraves dos rotulos da Sierra Nevada, principalmente a Sierra Pale Ale.


Foi em 1980 que Ken Grossman (foto acima), influenciado por Fritz Maytag da Anchor Brewing e usando equipamentos de aco inox da industria de laticinios, resolveu ir contra o senso comum e contra as grandes corporacoes e montou a sua pequena cervejaria.
Sempre baseado no ideal de qualidade acima de tudo, sustentabilidade e nunca se "vendendo" a propostas indecentes , hoje a Sierra e' a maior cervejaria artesanal do mundo e influenciou toda uma industria que hoje produz as melhores e mais variadas cervejas do planeta. Para se ter uma ideia, ele foi o primeiro a usar os lupulos Cascade, que hoje definem qualquer cerveja americana.

Ja tinha falado e degustado aqui no blog alguns rotulos comemorativos feitos em homenagem aos pioneiros da cerveja artesanal, para comemorar essa historica marca. Se quiser ler mais sobre a Sierra e seus 30 anos, visite o site http://sierra30.com/#/home.

Fica aqui entao o meu agradecimento e brinde a Sierra Nevada e ao Ken Grossman, que hoje estao fazendo um grandioso evento no seu Brewpub (http://www.sierranevada.com/sierra30.html). Tive a oportunidade de conhece-lo e conversar rapidamente com ele quando esteve aqui em Washington e deu pra perceber que e' uma pessoa humilde, de boa indole e ate' meio timido (apesar de milionario).  A Sierra Nevada, apesar de ter crescido o tanto que cresceu, ainda pertence apenas ao Ken e a sua familia, diferentemente do que aconteceu tanto aqui nos EUA (Goose Island, Widmer Brothers e a propria Anchor Brewing) e ai no Brasil (Eisenbahn, Baden Baden, etc).

Pra comemorar, ou melhor, "celebrar" a historica marca, resolvi tomar a sensacional Sierra Nevada Celebration Ale 2010 (http://www.sierranevada.com/beers/celebrationale.html), cerveja sazonal de inverno que vem sendo produzida desde 1981. Ela e' uma IPA produzida com os primeiros e mais frescos lupulos da colheita (feita no final de setembro) e fica pronta justamente no inicio de novembro, sendo ideal para as festas de fim de ano.


Comecemos pelo rotulo. Nao tem como negar que todos os rotulos da Sierra, bem como o seu proprio logotipo, estao entre os melhores da industria. O da Celebration nao e' excessao, da vontade de abrir logo e beber. Ja descobriu de quem que a Baden Baden copiou o nome da sua "Celebration"?

Coloracao marrom-alaranjada, cobre, levemente translucida e quase transparente, com uma espuma branca absurda que persiste ate' o final. Sem exageros, mas de todas as cervejas que eu tomei aqui esse ano essa foi a que melhor se apresentou no copo em termos de retencao. Perfeita.

Aroma intenso de lupulos florais e citricos, principalmente abacaxi, morango e tangerina. Noto tambem um pouco de pinhal e spicy. Os maltes nao deixam de vir a tona no final com notas de caramelo e toffee.

Na boca a Celebration comeca com lupulos citricos que rapidamente evoluem para um sabor mais terroso, spicy e amargo. Os maltes caramelo e torrados equilibram muito bem o amargor. O final e' bem seco e resinoso, deixando um potente aftertaste amargo que perdura por bastante tempo. Notas spicy/ apimentadas novamente vem a tona no final (um pouco excessivas ate').

Corpo mediano a alto com otima carbonatacao. O Mouthfeel e' meio grudento e resinoso, tipico das AIPAs, e muito agradavel. Drinkability mediano devido ao amargor muito pronunciado.

Essa e' uma cerveja pra voce colocar no copo, admirar, cheirar e beber com calma. Tipicamente americana e focada nos lupulos. Muito bem feita. Agora eu vejo o porque do fuzue que se faz em cima da Celebration (tem gente que compra de caixa e faz estoque todo o ano).

Teor Alcoolico: 6.8%
IBU: 65
Preco: US$ 10.99 o six-pack (otimo custo beneficio pros padroes daqui)


Notas:


Aparencia: 10/10
Aroma: 9/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 7.5/10
Conjunto: 8/10


Total: 8.5

sábado, 13 de novembro de 2010

Brooklyn Black Chocolate Stout


Essa aqui eu acho que esta' disponivel no Brasil.
Tomei ela on tap no RFD em Washington.
Coloracao totalmente negra e opaca, com colarinho cor de cafe' que desce rapidamene deixando apenas uma fina camada na superficie. Boa persistencia nos lados do copo.
Aroma de chocolate, melaco, malte torrado e um pouco de alcool volatil. Poderia ser mais intenso.
Sabor bem maltado com chocolate, melaco e caramelo no comeco. Notei bastante presenca de alcool, esquentando a garganta conforme voce a engole. O aftertaste e' bem light para o estilo.
Mouthfeel cremoso e suave se considerada apenas a textura da cerveja. O alcool porem e' excessivo e prejudica o drinkability.
No geral e' uma boa Imperial Stout para o inverno mas com certeza existem varias melhores opcoes aqui nos EUA.
Teor Alcoolico: 10%
Preco: US$ 6.50 o copo, no bar.


Notas:


Aparencia: 9/10
Aroma: 7/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 7/10
Conjunto: 8/10


Total: 7.8

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Stouts da Victory

Com o inverno chegando a vontade de provar novas Stouts vai aumentando. E' um estilo que eu adoro e sempre que vejo nos bares fico com agua na boca. Preparem-se para muitas delas por aqui nos proximos meses. Aqui vao duas da Victory Brewing que eu tomei recentemente, a Storm King (uma Imperial Stout) e a Donnybrook (uma Irish Dry-Stout):

Victory Storm King Stout:


Coloracao negra e opaca, com espuma marrom-clara que desce rapidamente com boa retencao nos lados do copo. Ao "rodar" a cerveja no copo percebe-se sua consitencia oleosa.
Aroma nao tao forte como o esperado, talvez por ter sido servida em uma temperatura muito baixa.  Tem agradaveis notas de malte escuro e cafe' torrado alem de, para minha surpresa, um pouco de lupulo. Aroma bom, porem nao tao complexo.
O sabor ja e' bem mais intenso com forte caracteristica de malte tostado, melaco, nozes, cafe'. O final do gole e' amargo e seco com aftertaste persistente, porem mais devido ao malte torrado do que aos lupulos, que nao aparecem tanto aqui como no aroma.
O Mouthfeel e' cheio e potente e o corpo e' medio a pesado (ja bebi imperial stouts mais encorpadas que essa). O alcool se faz perceptivel de maneira adequada, esquentando toda a garganta apos o gole. A carbonatacao e' alta com finas bolhas que chegam ate' a atacar o palato deixando-o meio adormecido. Poderia ser menos carbonatada (imagino se foi a pressao da propria chopeira).
Drinkabilty e' mais alto por nao ser tao pesada quanto outras do mesmo estilo. Em contrapartida ela nao e' tao cremosa e complexa.
Outra bela e solida cerveja da Victory, mas com certeza nao e' a melhor Imperial Stout que eu ja tomei.
Teor Alcoolico: 9.1%
Preco: US $ 6.00 no bar.


Notas:


Aparencia: 7.5/10
Aroma: 7/10
Sabor: 8.5/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 8/10


Total: 7.8



Victory Donnybrook Stout


Essa cerveja foi feita em 2009 para um Pub Irlandes da Philadelphia no St. Patricks Day. Baseada na receita da Guinness, a Donnybrook e' portanto uma Irish dry-stout cremosa com baixo teor alcoolico. A ideia era atrair consumidores com um produto fresco ao inves do barril importado da irlanda que muitas vezes demora pra chegar de navio e fica armazenado por algum tempo em armazens.

Coloracao marrom escura / negra, opaca, com colarinho bege cremoso de boa retencao, nao tao bonita quanto a Guinness (talvez a cerveja mais bonita do mundo), mas nada mal.
Aroma leve de malte torrado e um pouco de chocolate. Nada muito complexo.
O sabor comeca bem suave e amargo com malte torrado, chocolate, pitadas de cafe e um pouco de creme.
O mouthfeel e' cremoso e o final e' bem seco, proprios do estilo.
Corpo light, bem aguada, com carbonatacao media a baixa. Drinkability altissimo.
Muito parecida com a Guinness, devo dizer que eu teria dificuldade em separa-las num teste cego. Uma otima opcao americana para a classica cerveja irlandesa.
Teor Alcoolico: 3.7%
Preco: US$ 5.00 no bar.




Notas:

Aparencia: 8/10
Aroma: 6/10
Sabor: 7/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 7/10

Total: 7.2



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pumpkin Beer!


Todo outono nos EUA, mais precisamente no mes de outubro (antes do Halloween) todo mundo vai colher seus pumpkins que sao usados tanto na decoracao das casas quanto para diversas receitas sazonais (tortas e bolos principalmente) usando esse legume. Nao demorou muito para a inventiva industria micro-cervejeira norte-americana comecar a colocar esses ingredientes em cervejas sazonais de outono, estilo que ficou conhecido como Pumpkin Ales.
As opcoes sao diversas, alguns adicionam a abobora no tanque de brassagem, outros usam o seu pure, e a maioria utiliza as especiarias que classicamente acompaham a abobora na culinaria, sendo as principais  a canela, a noz-moscada, o cravo e o gengibre. Em geral sao cervejas doces e de corpo mediano, com foco no malte, na abobora e nas especiarias. Os lupulos sao praticamente inexistentes e o teor alcoolico variavel (de 5 a 8% geralmente).
Nesse ultimo mes tentei tomar algumas versoes do estilo. Segue abaixo as avaliacoes.


Dogfish Head Punkin Ale


Versao da DFH para o estilo sazonal de outono. Tomei ela on tap no bar. Fui tentar comprar algumas garrafas mas elas sumiram rapidamente das lojas. O nome vem do "Punkin-Chunkin"(http://www.punkinchunkin.com/main.htm), uma competicao que usa catapultas feitas a mao (acredite se quiser)  para jogar as aboboras o mais longe possivel. Acontece todo ano em Nassau, uma cidadezinha vizinha da cervejaria, em Delaware. Essa tambem foi a primeira receita desenvolvida pelo Sam Calagione quando ainda era um homebrewer na faculdade.



Coloracao avermelhada escura, cobre, translucida, com espuma branca de moderada persistencia e retencao no copo.
Aroma de malte escuro, caramelo e abobora. As especiarias aparecem em segundo plano, apenas complementando o malte.
Na boca ela segue bem o aroma. O gosto principal e' uma mistura de malte e abobora. Vale dizer que de todas essas pumpkin ales que eu bebi essa e' a que a abobora mais se sobressai. As especiarias como canela, noz-moscada e cravo aparecem no final do gole e no aftertaste e sao discretos.
Final seco e agradavel. O corpo e' mediano e a carbonatacao moderada.
Muita gente aqui nos EUA confunde o real gosto de abobora com os temperos usados em praticamente todos os doces/tortas em que esse vegetal e' utilizado. A Punkin e' uma das poucas cervejas da categoria que realmente tem a abobora como principal ingrediente e sabor dominante. Tendo dito isto, eu gostei da cerveja mas na minha opiniao eu ainda prefireria um pouco mais de especiarias.
Teor Alcoolico: 7.0%
Preco: US$ 5.00 o pint no bar.


Notas:

Aparencia: 7/10
Aroma: 7/10
Sabor: 7.5/10
Sensacao: 7/10
Conjunto: 7/10

Total: 7.1



Shipyard Pumpkinhead Ale


Essa foi a primeira cerveja desse estilo que eu tomei na minha vida. A Shipyard Brewing Co. (http://www.shipyard.com/) e' uma pequena cervejaria localizada em Portland Maine, mesma cidade da Allagash.
Coloracao Dourada com alguns tons alaranjados. Bem mais clara que a maioria das cervejas do mesmo estilo. Translucida com algum sedimento. A espuma e' quase inexistente.
Aroma opressivo e doce de canela, cravo e principalmente noz-moscada.
Sabor absurdamente doce que lembra muito uma torta de abobora, doce comum aqui nos EUA no outono. Basicamente tudo o que se sente sao os temperos (canela, noz-moscada, gengibre?) sem muito malte pra contrabalancear. Mesmo assim eu achei ela bem tomavel desde que em pequenas quantidades e pareando com alguma sobremesa.
O corpo e' medio/light, carbonatacao media.
No geral ela se diferencia (pro lado negativo) das demais por ser excessivamente temperada e doce.
Teor Alcoolico: 5.1%
Preco: US$ 4.00 o pint no bar.


Notas:

Aparencia: 6.5/10
Aroma: 7/10
Sabor: 6.5/10
Sensacao: 6/10
Conjunto: 6.5/10

Total: 6.5



Samuel Adams Harvest Pumpkin Ale

Tomei ela on tap em um Pub de Boston.
Coloracao marrom avermelhada e cristalina, com espuma bege que some rapidamente e pouco persistente no copo.
Aroma suave de malte, canela e noz-moscada. Nada se sobressai muito deixando o aroma bem "redondo".
Sabor segue o aroma porem com maior intensidade, estando o malte caramelo muito bem casado com as especiarias. Novamente canela, noz-moscada e cravo sao facilmente detectados.
Mouthfeel muito bom, nada se sobressai muito. O corpo e' medio para light e a carbonatacao e' moderada. Drinkability otimo apesar do estilo que 'e certamente meio enjoativo.
Provavelmente a mais equilibrada de todas as Pumpkin Ales que eu tomei esse ano, mas por isso mesmo acaba sendo meio "sem-sal". No entanto e' uma otima representante do estilo.
Teor Alcoolico: 5.7%
Prco: US$ 4.00 o pint no bar.


Notas:

Aparencia: 6.5/10
Aroma: 7/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 7.5/10

Total: 7.4



Jolly Pumpkin La Parcela


A Jolly Pumpkin Artisanal Ales, do estado de Michigan ja apareceu aqui no blog e e' uma das poucas cervejarias americanas que so produz cervejas azedas e envelhecidas em barris. Essa e' a versao deles para as Pumpkin Ales.
Coloracao marrom-clara e alaranjada, totalmente turva, com pequena quantidade de espuma branca de retencao nao tao alta.
O aroma e' relativamente pouco intenso. Principalmente notas azedas de Brettanomyces e um pouco de floral e spicy dos temperos.
O Sabor segue o aroma porem e' bem mais intenso. Comeca bem azedo e com muito "funkyness" e aquele gosto de estabulo proprio do Brett. No final algumas notas bem tenues de temperos como canela e noz-moscada. O aftertaste e' excepcional: Agridoce e persistente, deixa a boca salivando.
Corpo medio/light e carbonatacao moderada.
Totalmente diferente do resto das cervejas no mesmo estilo. Fico ate' me perguntando se ela nao deveria ser classificada como uma Wild Ale ou Sour Beer mesmo. Enfim, categorizacoes a parte, nao tem como nao adorar qualquer coisa da Jolly Pumpkin!
Teor Alcoolico: 6.0%
Preco: US$ 9.00 no bar.



Notas:


Aparencia: 6.5/10
Aroma: 7/10
Sabor: 8.5/10
Sensacao: 9/10
Conjunto: 8/10


Total: 7.8


Schlafly Pumpkin Ale



Essa cervejaria de nome dificil de pronunciar (http://www.schlafly.com/beers.shtml) fica em St. Louis, MO, no meio do pais. E' considerada por muitos como a melhor cervejaria de Missouri e essa Pumpkin Ale e' bem famosa entre os beer geeks americanos. Por isso achei estranho ter encontrado um six-pack dela pra vender na loja aqui perto de casa.

Coloracao marrom avermelhada e bem cristalina. Forma 2 dedos de colarinho bege que desce totalmente apos mais ou menos um minuto, ficando apenas um anel de espuma ao redor do copo. Boa persistencia.
O aroma e' sensacional e muito, mas muito forte! Uma explosao de canela, noz-moscada e cravo. No final percebe-se um pouco de alcool tambem. Essa provavelmente e' a melhor parte dessa cerveja.
Gosto comeca doce com malte tostado e caramelo. Logo aparecem os temperos principalmente a canela e noz-moscada. O final e' novamente bem maltado. Aftertaste bem "spicy" seguido de um pouco de alcool que esquenta a garganta.
Corpo mediano e carbonatacao bem alta. O drinkability e' otimo para esse tanto de alcool mas esse e' um estilo que nao da pra tomar a noite inteira. Sem duvida uma das melhores Pumpkins Ales que eu ja tomei (que nao foram muitas).
Teor Alcoolico: 8.0%
Preco: US$ 2.50 a garrafa long neck, na loja.


Notas:


Aparencia: 8/10
Aroma: 9/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 7/10
Conjunto: 7.5/10


Total: 7.9

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Founders Breakfast Stout

Essa cerveja e' uma American double / Imperial Stout produzida pela excelente Founders Brewing Company do estado de Michigan. Feita com malte torrado de cevada, muita aveia em flocos, chocolates amargos importados e graos de cafe de Kona (Havai) e da Sumatra.
Segundo o http://beeradvocate.com/ ela e' nada menos do que a oitava melhor cerveja do mundo!


Comecemos pelo rotulo (vide acima) que e' um dos melhores que eu ja vi. Simplesmente engracadissimo e chamativo. Sem falar que da uma vontade de abrir e beber logo essa garrafinha.
Aparencia totalmente escura sem nenhuma luz pasando atraves do copo. Colarinho marrom claro com otima duracao e persistencia nos lados do copo durante o consumo. Sensacional!
Aroma forte e delicioso. Percebe-se o malte escuro, aveia e um pouco de chocolate mas o grande astro aqui e' o cafe'. Sem duvida o melhor aroma de cafe' que eu ja senti em uma cerveja (desculpe Demoiselle). Lembra muito o aroma de um espresso recem-tirado. Impressionante.
Sabor pesado de malte torrado, malte de aveia (o que pra mim sempre me lembra daquele molho de gergelim usado na culinaria japonesa, nao me pergunte o porque), chocolate amargo e novamente cafe espresso. Final amargo e um pouco adstringente, amarrando a boca. O aftertaste e' cafe' e mais cafe' com um pouco de amargor.
Corpo mediano a pesado. A carbonatacao e' mediana e perfeita para o estilo. Alcool bem escondido.
Com certeza uma das melhores cervejas que eu ja tomei. Os unicos defeitos que eu vejo sao a adstringencia um pouco excessiva e a falta de cremosidade presente em outras do mesmo estilo (como a Yeti da Great Divide por exemplo). Fora esses minimos defeitos, esta e' uma cerveja que deve ser extensivamente procurada nos EUA. Ficam aqui minhas mais altas recomendacoes.
Ainda tenho uma garrafa pra tomar dessa cerveja e vou parea-la com ovos, bacon, waffles, panquecas e maple syrup em um cafe da manha tipicamente americano!
Agora o que me resta e' procurar a Kentucky Breakfast Stout ou a Canadian Breakfast Stout, versoes anabolizadas dessa cerveja e envelhecidas em barris de madeira.
Teor Alcoolico:  8.3%
IBUS: 60
Preco: US$ 10.99 o pacote com 4 garrafas de 330 ml na loja.

Notas:


Aparencia: 10/10
Aroma: 10/10
Sabor: 9/10
Sensacao: 9/10
Conjunto: 9/10


Total: 9.4