quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Estilos inovadores: Imperial Pumpkin Stout



As cervejarias artesanais dos EUA são conhecidas pela inovação e pela constante recriação e reinvenção dos estilos ja consagrados no mercado.
Recentemente meu irmão Phil, do blog Notícias Cervejeiras, adquiriu em viagem aos EUA um exemplar no mínimo curioso - uma Imperial Pumpkin Stout. Foi a primeira vez que tínhamos ouvido falar desse estilo.

A cerveja em questão é feita pela Cape Ann Brewing, da charmosa cidade portuária de Gloucester, MA (pronuncia-se Glóster). As cervejas da Cape Ann são todas batizadas de Fisherman's Beer (mais ou menos como a Boston Beer Co. chama suas cervejas de Samuel Adams). É um pequeno brewpub / cervejaria na cidade que é totalmente voltada para a pesca e para o turismo.

Imperial Stouts todos nós conhecemos, assim como as Imperial Pumpkins (que não são la tão comuns  quanto a sua versão mais leve, as Pumpkin Ales). Agora Imperial Pumpkin Stout, essa foi pioneira. E o pior é que, se pararmos pra pensar, até que a ideia é boa e ja foi muito explorada no mundo das sobremesas (vide a foto acima). As notas de chocolate e malte torrado das Imperial Stout casariam bem com os sabores adocicados e as especiarias utilizadas nas Pumpkins. Mesmo assim, abrimos a garrafa com um "pé atrás".


Essa receita é uma Imperial Stout de 11% de alcool, feita com a adição de pedaços de abóbora e temperos como canela, noz moscada e all-spice.



Coloração negra e opaca, com alguns tons alaranjados escuros quando olhada contra a luz. A mais escura cerveja de pumpkin que eu ja vi. O colarinho é marrom-claro com média a baixa persistência e retenção.

O aroma é fortemente puxado para as especiarias (pumpkin spice), com notas de noz-moscada, cravo, canela e cardamomo. Também um pouco de abóbora perceptível. Maltes torrados ficam em segundo plano. Mas se eu estivesse com os olhos vendados, falaria sem titubear que se trata de uma Pumpkin Ale. E das boas.

Ja o sabor tem mais stout. Começa com malte torrado, chocolate, toffee, frutas escuras e melaço. Em seguida uma grande avalanche de temperos, novamente com a noz-moscada, canela e cardamomo. Finaliza com as especiarias junto com algum amargor terroso de lupulo, assim como tenues notas "quentes" de alcool e certa adstringência. Há leve dulçor residual.

Corpo mediano a alto com carbonatação baixa. O mouthfeel é bem aveludado e suave. Drinkability mediano.

No geral ela surpreendeu positivamente.  O equilibrio entre as notas de malte escuro e os temperos ficou certinho e bem pouco enjoativo. Esconde adequadamente seu teor alcoolico. Ficaria ótima com sobremesas e pratos doces.

Teor Alcoolico: 11%



Notas:

Aparência: 7/10
Aroma: 9/10
Sabor: 8/10
Sensação: 8/10
Conjunto: 8/10

Total: 8.0


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