quarta-feira, 30 de junho de 2010

Troegs Dream Weaver Wheat

Mais uma de uma das minhas cervejarias favoritas aqui da regiao de Maryland/Pennsylvania, a Troegs (que faz a fantastica Nugget Nectar!).
A Dream Weaver Wheat e' classificada como uma American Pale Wheat Ale mas pra mim e' uma Hefeweizen.

O rotulo me lembrou do poster do filme Peixe Grande, do Tim Burton.



Segundo a cervejaria, 4 tipos de malte de trigo (perfazendo 35% do total) sao usados juntamente com os maltes pilsen e munich.
A aparencia e' bem o esperado para uma Hefe. Amarelo escura, dourada, totalmente turva (nao filtrada) com espuma branca e cremosa que se dissipa rapidamente. A falta de colarinho persistente nao me agradou.
Aroma bem forte de cravo, malte e hints de banana.
Sabor semelhante, iniciando com cravo, apimentado, banana e toques citricos de limao. O malte de trigo e' bem presente e o final e' doce com um pequeno toque amargo (lupulo) e apimentado (fermento).
Corpo light, refrescante com carbonatacao alta, como toda Hefe deve ser. Nao vejo muita diferenca entre ela e as Hefes Alemas classicas como a Franziskaner ou Erdinger. Mas parando pra pensar essa e' a primeira cerveja americana que eu tomei que faz jus ao estilo, que definitivamente nao e' o meu favorito mas muita gente adora.
Teor Alcoolico: 4.8%
IBUs: 15
Preco: US$ 5.60 no bar.



Notas:


Aparencia: 6.5/10
Aroma: 7.5/10
Sabor: 6.5/10
Sensacao: 6/10
Conjunto: 6.5/10


Total: 6.6

Dead Guy Ale

Provavelmente a cerveja mais famosa da cervejaria Rogue de Oregon, a Dead Guy Ale e' uma Maibock (ou Hellerbock).
A historia do nome e' interessante: Nos anos 90, alguem fez o desenho do rotulo para uma cerveja comemorativa do dia dos mortos do calendario Maia (1 de novembro), para ser servida on tap em um restaurante mexicano de Portland. So' que o sucesso do desenho foi tanto que o pessoal da Rogue resolveu coloca-lo no rotulo da German Maibock, batizada entao de Dead Guy Ale.



As Maibocks/Hellerbocks sao um pouco mais claras (Heller = palida) , menos maltadas, mais secas, e por vezes com caracteristicas lupuladas discretamente mais intensas que as Bocks tradicionais. Sao portanto cervejas associadas com a primavera - mes de maio (dai o nome Mai).
A Dead Guy Ale usa quatro tipos de malte, dois tipos de lupulos e uma levedura batizada de Pacman, talvez pela sua alta performance de conversao dos acucares em alcool, deixando a cerveja bem seca. A unica duvida que eu tenho e' se essa levedura e' de baixa ou alta fermentacao, porque o estilo Maibock e' Lager e a cerveja se auto-intitula Ale....mas enfim:

Coloracao laranja escura/cobre, minimamente translucida com espuma banca cremosa abundante no inicio (vide foto abaixo) mas que some apos pouco tempo deixando apenas um anel ao redor do copo. Bela aparencia!
Aroma dominado pelo malte caramelo com notas de mel. Percebe-se discretamente alguma coisa floral do lupulo, mas pouco intenso.
O Sabor segue bem o aroma, com inicio spicy/apimentado (provavelmente do fermento) seguido do malte caramelo/torrado que engloba o palato, sendo as notas lupuladas mais terrosas e menos florais como o aroma sugeria (Lupulo Saaz domina aqui). O final e' seco, praticamente sem aftertaste.
Corpo mediano e carbonatacao media/alta que ataca um pouco a garganta. Leve aquecimento final do alcool.
No geral achei que para uma cerveja de primavera com as Hellerbocks alemas ela e' um pouco robusta de mais. O final tambem e' muito seco, acho que as bocks em geral pedem uma persistencia de malte no aftertaste. Fora essas pequenas falhas e' uma otima cerveja.
Teor Alcoolico: 6.5%
IBUs: 40
Preco: US$ 5.90,  no bar.



Notas:


Aparencia: 7.5/10
Aroma: 7/10
Sabor: 7/10
Sensacao: 7/10
Conjunto: 7/10


Total: 7.1

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Three Floyds Brewing Co - A melhor cervejaria dos EUA? - parte 2

Continuando a degustacao:

Blackheart IPA:






Essa e' uma English IPA sazonal feita pela 3F todo mes de maio. O nome mais uma vez vem de uma historia engracada, que envolve o Conan: O nome original dessa cerveja era Thulsa Doom IPA, em homenagem ao vilao do filme "Conan, o barbaro" (de 1982) que foi interpretado por James Earl Jones, a eterna voz do Darth Vader de Star Wars!
Um pouco antes de lancarem a cerveja os irmaos Floyd, Nick e Simon estavam fazendo uma tatuagem em Sao Francisco em um estudio que se chamava Blackheart. Conversa vai conversa vem, acabaram combinando com o tatuador que dariam o nome de seu estudio para a cerveja e em troca ele faria o rotulo dela. Foi o que aconteceu.


James Earl Jones como Thulsa Doom 

A Blackheart como eu disse e' a versao da Three Floyds para uma IPA inglesa, com malte exclusivamente ingles e o lupulo Fuggles, tipicamente usado nas mesmas. Eles ainda colocaram Oak Chips na maturacao.
Aparencia cor de cobre/dourada, cristalina, com discreto colarinho branco.
Aroma nao tao intenso e puxando para o lado frutado, talvez devido ao fermento, com notas de morango, damasco e limao. Sente-se a presenca do alcool no final.
Sabor dominado pelos lupulos terrosos no inicio, seguido de caracteristicas doces dos maltes e notas de madeira no final.
Achei o mouthfeel bem agressivo com bastante alcool perceptivel e afteraste amargo. O corpo e' pesado e a carbonatacao moderada.
Cerveja interessante, mas com certeza nao e' a melhor da 3F.
Teor Alcoolico: 8.0%

Notas:

Aparencia: 7/10
Aroma: 7/10
Sabor: 7.5/10
Sensacao: 6.5/10
Conjunto: 7/10

Total: 7.0

Dreadnaught Imperial IPA:


Produzida durante o ano inteiro e disponivel apenas na garrafona de 600 ml.
O nome faz referencia a fragata de guerra da marinha Britanica (http://en.wikipedia.org/wiki/Dreadnought), que faz parte da famosa historia da criacao do estilo India Pale Ale.
Os cervejeiros bateram bastante na tecla que esta Double IPA deve ser bebida fresca. Por isso eles fazem questao de nao produzirem mais garrafas do que o necessario, para nao correr riscos dela ficar estocada e perder o seu frescor.
Coloracao amarelo-clara, minimamente translucida, com pequeno colarinho esbranquicado e cremoso.
Aroma sensacional e forte de lupulo aromatico. Mais uma vez as fenomenais notas de grapefruit, manga e pessego. Nao sinto alcool apesar dos 9.5%.
Sabor bem aromatico/frutado, como deve ser uma imperial IPA. Percebe-se um pouco do malte e agora o alcool vem a tona no final do gole. Notas azedas tambem aparecem no final. Deliciosa.
Corpo moderado/alto, alta carbonatacao. Mouthfeel liquoroso e aveludado com amargora importante no aftertaste. Uma cerveja forte e respeitosa.

Notas:

Aparencia: 8.5/10
Aroma: 9.5/10
Sabor: 9.5/10
Sensacao: 9.5/10
Conjunto: 9/10

Total: 9.2


Behemoth:



A Behemoth e' uma Barleywine sazonal de inverno inspirada na Old Foghorn da cervejaria Anchor de Sao Francisco. Muito malte e lupulo e um alto teor alcoolico fazem desse estilo um dos favoritos para o inverno, devendo que ser tomada numa temperatura mais alta e apenas bebericando. O nome vem de uma grande e pesada criatura biblica (http://en.wikipedia.org/wiki/Behemoth), que muitos sugerem que seja o Hipopotamo ou mesmo o Elefante. O rotulo no entanto leva o desenho de uma mulher obesa com roupa de banho! Deu pra perceber que eles queriam veicular a imagem de uma cerveja pesada.
Aparencia cor de cobre/marrom-clara. Cristalina e transparente com pouca espuma branca que desaparece rapidamente.
Aroma muito legal comecando com malte doce/biscoito e final citrico e lupulado com notas de tangerina. Tambem nota-se um pouco de madeira e grande quantidade de alcool no aroma dessa cerveja.
O sabor e' semelhante: inicio maltado, transicao para lupulo e final muito alcoolico com hints de madeira.
Realmente e' uma cerveja pesadissima e liquorosa, para se tomar em pouca quantidade. Nunca tinha tomado uma Barleywine tao lupulada quanto esta. Vai bem para contrabalancear o extremo doce. O alto teor alcoolico esquenta o corpo (10.5%).

Notas:


Aparencia: 8/10
Aroma: 9/10
Sabor: 9/10
Sensacao: 9.5/10
Conjunto: 9/10


Total: 8.9


Oak Aged Dark Lord:




A Dark Lord e' uma Russian Imperial Stout feita com Cafe Intelligentsia, extrato de baunilha mexicano e jaggery-sugar Indiano. Decidiram faze-la pois uma outra cervejaria da regiao nao parava de falar e exaltar sua Stout. De tanto ouvir os outros enchendo o saco os cervejeiros da 3F resolveram fazer uma versao e levaram a serio pra ficar melhor que a do concorrente.  Inicialmente ela era encontrada apenas on tap no Brewpub (como a Topless Wytch). O tempo foi passando e foi se formando um verdadeiro culto ao redor dessa cerveja atraves da propaganda boca-a-boca (A 3F nunca gastou um centavo com marketing). A procura ficou tao absurda que foi decidido que ela seria vendida na fabrica apenas uma vez por ano, no ultimo sabado de abril, dia batizado de Dark Lord Day - http://www.3floyds.com/dark-lord-days/.
Se vc quiser comprar essa cerveja, precisa pagar 10 dolares e dar seu nome para entrar numa especie de loteria para ganhar o Golden Ticket (o lucro dessa transacao vai para caridade). Quem for sorteado tem entao o direito de poder comprar a cerveja no Dark Lord Day. Esse ano a procura pelos ingressos foi tanta que ate' caiu o servidor no primeiro dia de vendas.
Para deixa-la mais rara ainda, sao feitas duas versoes envelhecidas: uma com graos de baunilha e outra envelhecida em barris de carvalho de Whiskey. Essas nao estao a venda e so' podem ser provadas no DLD ou em eventos especiais como este que eu fui.
Mas voce deve estar se perguntando o porque de tanto fuzue em cima dessa cerveja. Eu respondo: e' considerada por muitos como a melhor cerveja do mundo junto com a Westvleteren 12.
Eu tive a sorte de provar apenas a versao Oak Aged safra de 2009:

O restinho da Oak Aged Dark Lord e minhas anotacoes da degustacao.

Coloracao escura, negra. Parece oleo de carro. Opaca e densa. Praticamente um fio de cabelo de espuma que some apos um tempo. Essa e' a aparencia esperada pra esse estilo de cerveja que e' praticamente um liquor de malte. O copo plastico tambem nao ajudou.
Oficialmente  essa e' a cerveja com o mais forte e delicioso aroma que eu ja passei perto (desculpe-me Nugget Nectar!). Da pra sentir a um metro de distancia!  Chocolate, cafe, coco, baunilha, madeira escura e whiskey/bourbon. Bastante alcool tambem.
Sabor extremamente complexo que me levou ao Nirvana cervejistico! Comeca com chocolate, cafe e frutas escuras, transicionando para notas fortes de baunilha e acucar queimado e finalizando magistralmente com carvalho e whiskey/bourbon. Finaliza com uma uma sensacao cremosa que persiste por muito tempo. O alcool e' perceptivel porem apenas um coadjuvante. Por mais que eu escreva nao vou conseguir descrever o mouthfeel dessa cerveja que e' algo fora desse mundo. Redonda, perfeita, todos os elementos em completa harmonia. Uma Obra-Prima!
Teor Alcoolico: 13%

Notas:

Aparencia: 9/10
Aroma: 10/10
Sabor: 10/10
Sensacao: 10/10
Conjunto: 10/10

Total: 9.8






O Blog vai parar por uns 10 dias pois estarei na Africa do Sul!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Three Floyds Brewing Co - A melhor cervejaria dos EUA? - parte 1

Essa semana que se passou foi a DC craft-beer week, com eventos cervejisticos durante a semana, culminando com o "Savor" (http://www.savorcraftbeer.com/), evento oficial da American Brewers Association que acontece todo ano aqui em Washington.  Nao consegui os ingressos para o Savor (que evaporaram em algumas poucas horas) mas participei de varios eventos que relatarei aqui.


O primeiro deles aconteceu na ultima quarta feira dia 2 de junho: Degustacao de cervejas da Three Floyds, com a presenca dos mestres cervejeiros e donos da cervejaria, novamente no Brickskeller.


A maioria dos sites especializados e blogs aqui dos EUA consideram a Three Floyds (http://www.3floyds.com/) uma das, senao A melhor cervejaria dos EUA. Ela fica na pequena cidade de Munster, estado de Indiana, perto de Chicago. 






Apesar da fama, ela e' bem pequena (somente 9 empregados!) e suas cervejas sao dificeis de se encontrar. Aqui em Washington por exemplo eu nunca vi pra vender.


A 3F exemplifica bem a revolucao das cervejas artesanais norte-americanas: e' uma cervejaria feita por jovens tatuados, que curtem rock pesado e fazem cervejas extremas, muitas vezes fora de estilo. Por isso, tem poucas medalhas e premiacoes em festivais, mas a propaganda boca-a-boca e' imensa e pessoas vem de longe pra conhecer o bar/brew-pub e comprar as suas cervejas.


ficha de degustacao no inicio da noite




Alguns fatos interessantes sobre a 3F:


-Eles sao considerados uma das cervejarias que mais abusam do lupulo mas, por nao estarem em uma regiao produtora, vao uma vez por ano para a costa noroeste dos EUA, durante a epoca da colheita, e provam/escolhem todo o lupulo que sera usado no proximo ano.
-Eles NUNCA filtram as suas cervejas, usam o sistema de envelhecimento natural e pressao positiva de CO2 para deixa-las claras e transparentes.
-So ganharam o GABF por cervejas de estilos classicos comuns.
-Dizem que a diferenca em suas cervejas vem da excelente agua que possuem na regiao.
-Fazem a cerveja que e' considerada por muitos Beer Geeks como a melhor do mundo: A Oak Aged Dark Lord Imperial Stout, que so' e' vendida uma vez por ano.


A degustacao continha 8 de suas cervejas. Todas foram degustadas em pequenos copos de plastico transparentes e estava muito escuro pra tirar fotos entao usei as fotos do proprio site. Minhas impressoes seguem abaixo:


Gumball Head







Essa e' a primeira das cervejas “fora de estilo” da 3F. E' uma american Wheat ale que tem seu nome derivado de um personagem de historia em quadrinhos, no caso um gato com uma cabeca gigante.
Essa american wheat beer leva obviamente o malte de trigo em sua composicao, mas for a isso nao da pra perceber mais nenhuma semelhanca com as Hefes ou Witbiers, que sao os subestilos classicos das cervejas de trigo.
Basicamente os irmaos Floyd queriam fazer algo diferente das monotonas cervejas de trigo que se encontrava por ai. A solucao foi simples: Enche-la de lupulo aromatico!
Sua aparencia tambem a separa do estilo, que usualmente produz cervejas turvas. A Gumball Head tem coloracao dourada com alguns tons avermelhados e e' completamente cristalina! Pior, os cervejeiros juram que nao filtram suas cervejas. Foi a primeira vez que vi uma ale de trigo tao cristalina. Realmente impressionante. A espuma e' branca e cremosa com boa retencao.
O aroma e' fortemente dominado por lupulo aromatico, grapefruit, tangerina e outras especiarias. Eu juro que tentei mas nao consegui sentir nenhuma nota de malte de trigo no aroma. Tem cheiro de IPA.
O sabor ja nao e' tao intenso quanto o aroma sugere. E' claro que se percebe bem as notas aromaticas do lupulo mas incrivelmente a cerveja nao tem quase nada de amargo. Ainda assim o malte tem dificuldade de vir a tona. No final percebe-se um toque citrico e apimentado.
Mouthfeel bem aveludado e corpo light. Drinkability altissimo apesar do desequilibrio lupulo/malte em detrimento do ultimo. Carbonatacao moderada.
No geral essa cerveja e' uma delicia (usando as caracteristicas aromaticas do lupulo e quase sem amargor residual) porem completamente fora de estilo o que nem sempre e' uma coisa ruim. Mas como as avaliacoes e notas sao em teoria dadas dentro do estilo isso acaba puxando as notas pra baixo. Mas vale a pena experimentar. Teor Alcoolico: 5.5%

Notas:

Aparencia: 8/10
Aroma: 7/10
Sabor: 7/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 7/10

Total: 7.4

Robert the Bruce:



Varias cervejas da 3F sao nomeadas em homenagem a monarcas (como a Alpha King). Quando decidiram fazer uma Scottish Ale acabaram por batiza-la de Robert the Bruce, um dos principais monarcas da historia escocesa (http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_I_of_Scotland).
Diferentemente das outras lupuladas cervejas, essa tem o foco exclusivamente no malte.
Coloracao marrom escura / rubi com espuma cremosa marrom clara e aparencia cristalina.
Aroma dominado pelo malte, bem doce, com biscoito e caramelo. No final percebe-se frutas escuras e um pouco de alcool.
Sabor pesado de malte escuro e caramelo com final torrado e amargo, com algumas notas apimentadas.
Corpo mediano. Achei a carbonatacao da cerveja muito alta para o estilo (lembram da degustacao das cervejas escocesas que quase nao tinham gas?)  tornando-a agressiva e baixando bem o drinkability. 
Teor Alcoolico: 6.5%

Notas:

Aparencia: 8.5/10
Aroma: 7/10
Sabor: 7/10
Sensacao: 6/10
Conjunto: 6.5/10

Total: 6.8

Topless Wytch

Essa e' uma Baltic Porter feita com fermento de Lager que e' apenas encontrada no brewpub em Indiana e em eventos como este. Acho que nem tem rotulo e nao e' engarrafada.
A historia do nome e' engracada: No pub em Indiana tem algumas TVs que passam jogos esportivos mas quando nao tem jogo o pessoal costuma assistir filmes e programas de TV antigos. Uma vez estavam assistindo o filme do Conan com o Schwarzenegger e tem uma cena em que a bruxa do filme fica sem a parte de cima criando um clima desagradavel devido as varias criancas e familias ali presentes. Decidiram entao batizar a cerveja de Topless Wytch devido a esse episodio.
Coloracao negra opaca, liquorosa, espuma marrom com otima retencao.
Aroma de cafe, malte torrado, malte de aveia, e alcool bem presente.
Sabor com inicio de malte torrado, transicionando para notas terrosas e de madeira e final amargo.
Carbonatacao baixa, corpo pesado, consistencia aveludada. Alcool presente esquentando o corpo apos o gole. Aftertaste amargo.
Teor Alcoolico: 9%

Notas:

Aparencia: 7.5/10
Aroma: 8/10
Sabor: 7.5/10
Sensacao: 7.5/10
Conjunto: 8/10

Total: 7.7

Alpha King Pale Ale:


Essa e' a cerveja carro-chefe (ou flagship como se diz aqui) da Three Floyds. Uma Pale Ale com 4 tipos de lupulo sendo Cascade o principal deles. Essa cerveja tem um status cult nos EUA. Pra se ter uma ideia existe uma competicao promovida pela Hop Union para eleger a cerveja mais lupulada do pais,  e ocorre anualmente durante o GABF. O nome: Alpha King Challenge!

Premiacao do Alpha King Challenge 2008

Coloracao marrom-clara avermelhada com colarinho branco nao tao abundante.
Aroma bem floral e citrico, grapefruit, tangerina. Porem nao tao forte com era de se esperar. Aroma residual discreto de malte.
Sabor inicial azedo com a famosa explosao de lupulo aromatico seguido de notas torradas e doces do malte. Gosto de IPA porem sem amargor muito pronunciado no aftertaste. 
Carbonatacao alta, consistencia oleosa, corpo mediano e finalzinho um pouco alcoolico. Bela APA.
Teor Alcoolico: 6% com 66 IBUs.

Notas:

Aparencia: 8/10
Aroma: 7.5/10
Sabor: 9/10
Sensacao: 9/10
Conjunto: 8.5/10

Total: 8.4

sábado, 5 de junho de 2010

Cervejas do estado de Michigan - parte 2

No dia seguinte, fui para a cidadezinha de Ann Arbor, cerca de meia hora de Detroit.
E' uma charmosa cidade universitaria (onde fica a universidade de Michigan). A pequena cidade possui 4 brewpubs! Tive a oportunidade de visitar dois deles:

Grizzly Peak Brewing Co.
(http://grizzlypeak.net/)



Esse e' o verdadeiro Brewpub. Vende toda a cerveja produzida ali mesmo, seja on tap ou em barris. Incrivelmente, e' o maior brewpub do estado! Vendeu 1718000 barris de cerveja no ano de 2009 (mais cerveja por exemplo que a cervejaria Atwater do post anterior, que vendeu 1503000 barris).
Visitei a cozinha que e' bem antiga e foi importada da Inglaterra. Os fermentadores sao abertos, diferente da maioria das cervejarias. O cervejeiro me explicou que o dono do lugar deve ter recebido consultoria de alguem da Inglaterra e acabou comprando os equipamentos que estavam em voga na epoca.
Alem da Grizzly Peak, o dono tem outro Brewpub a alguns quarteiroes de distancia chamado North Peak.

Maltaria

Fermentador Aberto (tinha alguns outros sem o plastico tambem)

Piada para os Homebrewers que acompaham o blog!

Piada para o resto das pessoas que acompanham o blog!

Eles tinham 8 cervejas on tap. Perguntei pro mestre-cervejeiro (que na verdade estava saindo de la pra trablhar em outro lugar) qual era a melhor e ele me recomendou a Pale Ale feita com Cascade. Meus amigos pediram um sampler com os 8 tipos, a maioria bem meia-boca. A Pale Ale era com certeza a melhor delas. Engracado que a IPA era bem menos lupulada que a Pale Ale (e' que a IPA era english Style e a Pale era American).


Jolly Pumpkin Artisan Ales
(http://www.jollypumpkin.com/artisanales/homepage.htm)



Essa na verdade e' uma cervejaria da cidade de Dexter, MI mas abriram um pub em Ann Arbor.  Sao uma cervejaria bastante conhecida na regiao pelas suas cervejas azedas e experimentais. Usam bastante Brettanomyces e outras bacterias. Quando ouvi falar dela tive que ir la tomar pra conhecer, porque adoro as sour beers.


Tomei uma cerveja on Tap no bar e comprei uma garrafa pra tomar em casa. Aqui vao minhas impressoes:

Jolly Pumpkin Bam Noire:


Tomei on tap no bar em Ann Arbor. E' uma dark farmhouse ale sazonal de outono (setembro).

Coloracao vermelha escura / marrom. Barrenta e translucida. Colarinho cor de mel abundante e persitente.
Aroma bem forte de frutas vermelhas, azedo, curral, e brettanomyces. Tambem um pouco de madeira. Praticamente nada de malte.
Sabor um pouco menos intenso do que o aroma sugere. Inicio de cerejas e frutas escuras, ameixa, malte escuro discreto, finalizando com aquele azedo e sabor caracteristico das farmhouse ales.
Carbonatacao altissima e corpo baixo. Cerveja bastante complexa. Mas o azedo ainda sobrepuja um pouco demais o malte/dulcor. Refrescante.
Teor Alcoolico: 4.6%
Preco: US$ 6.00 no bar.


Notas:


Aparencia: 7/10
Aroma: 8/10
Sabor: 7/10
Sensacao: 7/10
Conjunto: 7/10


Total: 7.2






Jolly Pumpkin Bam Bierre:








Essa e' uma farmhouse ale / Saison que ganhou medalha de bronze no GABF 2009, categoria Session beers.
Batch numero: 510/511. Engarrafada 17 de fevereiro de 2010.
Coloracao amarela escura, turva, da pra ver os pedacinhos de fermento no fundo do copo. Espuma muito intensa e borbulhante que persiste ate o final.
Aroma forte e azedo, limao, laranja, cereja e o curral caracteristico do Bretta.
Sabor com inicio bem azedo. Voce ja comeu acerola direto do pe'? Esse e' o sabor dessa cerveja! No final percebe-se o amargor/apimentado tipico do fermento e das bacterias malucas que ali proliferaram.
Carbonataco altissima. Poderia ser um pouquinho menor, mas nao da pra reclamar. O estilo pede essa carbonatacao. Final seco e abrupto. Corpo light. Um pouquinho mais equilibrada que a Bam Noire e tambem refrescante.
Teor Alcoolico: 4.5%
Preco: US$ 9.00 a garrafa de 750 ml.

Fermento no fundo da garrafa!

Espuma abundante!


Notas:


Aparencia: 8/10
Aroma: 9/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 7.5/10
Conjunto: 7.5/10


Total: 8


Aguardem, o melhor esta por vir...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Cervejas do estado de Michigan - parte 1

No ultimo final de semana foi feriado aqui nos EUA (memorial day) e eu fui com alguns amigos para Detroit, MI. Nao pude deixar de visitar algumas cervejarias e brewpubs por la. Vejam como foi:

Traffic Jam and Snug:



http://www.trafficjamdetroit.com/brewery.php
Logo que cheguei paramos pra tomar aquela cervejinha apos a longa viagem de 9 horas de carro.
Seguindo a dica de alguns moradores locais, fomos a esse bar que ja foi uma prisao e produz sua propria cerveja e queijos desde 1992. Foi provavelmente o primeiro Brewpub de Detroit.
Aqui vai uma resenha de jornal sobre o lugar:

"Thick 150-year-old timbers run horizontally through the dining areas. The floor bricks once walled criminals at the Jackson State Prison. Fascinating lamps hang in every corner and overhead — pre-Czarist Russian lamps, Victorian-era lamps and London street lamps that now serve as large planters. Lamps that light the rough-hewn wood-panel walls where a mish-mash of photographs, pottery and portraiture hangs. One of the dining rooms boasts a charming central fireplace, just the thing to warm you on a frosty winter evening"




Acabei tomando tres das quatro cervejas disponiveis no menu:


-Uma Bavarian Oatmeal Stout bem cremosa, provavelmente a melhor das tres.
-Uma IPA normalzinha pros padroes americanos.
-Uma Amber Lager tambem nada demais.


Dei tambem um gole na Pilsen que tinha final frutado, com mais presenca dos gostos do fermento do que do lupulo.


Atwater Block Brewery:






http://www.atwaterbeer.com/
No dia seguinte, ainda em Detroit, tive a oportunidade de visitar a microcervejaria Atwater Block, as beiras do Detroit River, tambem num predio/armazem industrial.
Lugar bem legal, com varias mesas / balcoes e um vidro atras do bar onde se ve os fermentadores ao fundo. 










Essa micro produz diversos estilos, e acabei tomando dois deles:


Atwater Dunkel






Coloracao marrom escura / negra, com colarinho bege borbulhante que some rapidamente.
Aroma fraco de malte caramelo e biscoito, com notas leves frutadas do fermento. Poderia ser mais intenso.
Sabor parecido com aroma, dominado pelo malte escuro e dulcor, discretas frutas escuras e um pouco do frutado do fermento. Pouca presenca de lupulo. Nada muito complexo ou inovador.
Carbonatacao alta apesar da pouca espuma, corpo leve/mediano. Drinkability ok.
No geral e' uma Dunkel mediana. Ainda prefiro a da Eisenbahn.


Notas:


Aparencia: 6/10
Aroma: 4/10
Sabor: 5/10
Sensacao: 5/10
Conjunto: 4.5/10


Total: 4.9


Atwater Teufel Bock:






Essa e' uma Weizenbock sazonal de inverno que eu peguei on tap na fabrica.
Com certeza e' a mais bem cotada de suas cervejas.
Coloracao marrom-escura com hints avermelhados.Translucida. Espuma marrom clara inicialmente abundante mas que dissolve rapidamente deixando aneis ao redor do copo.
Aroma maltado, chocolate, fermento, hints de malte de trigo, cravo e um pouco de alcool.
Sabor dominado inicialmente pelo malte chocolate, caramelo e nozes. Biscoito e cravo tambem presentes. Alem do malte, da pra perceber bem a presenca do fermento, lembrando as vezes ate' uma Dark Strong Ale belga. Algumas notas de alcool no final.
Cerveja que alimenta, com aquela presenca rica no palato, nota-se alguma adstringencia, mas e' bastante complexa. A carbonatacao e' mediana para alta, ideal para o estilo. Esconde bem o alto teor de alcool.
Uma bela Weizenbock.
Teor Alcoolico: 10.9%
Preco: US$ 5.00 o copo de 200 ml, no bar.


Notas:


Aparencia: 7/10
Aroma: 7.5/10
Sabor: 8/10
Sensacao: 8/10
Conjunto: 7.5/10


Total: 7.4




Segunda parte em breve...